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Quase 71 milhões de pessoas foram forçadas a deixar seus lares em 2018

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Em 2018, quase 71 milhões de pessoas em todo o mundo foram forçadas a deixar seus lares, abandonando as cidades e até mesmo os países em que viviam para escapar das consequências de guerras, perseguições ou conflitos violentos. A estimativa é do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), agência da ONU. O relatório mostra que, em média, a cada dia do ano passado, 37 mil pessoas migraram, fugindo da violência e da intolerância.

Produzido anualmente pelo Acnur, a nova edição do relatório anual Tendências Globais aponta que, no ano passado, 70,8 milhões de pessoas tiveram que se deslocar, nacional ou internacionalmente, por força de perseguições, conflitos ou violência. Em números absolutos, é o maior volume de deslocamentos forçados em quase 70 anos de existência da agência. São 2,3 milhões de indivíduos a mais que o registrado em 2017, quando, segundo o Acnur, cerca de 68,5 milhões de pessoas fugiram de diferentes tipos de conflitos. Em 2016, já havia contabilizado cerca de 65,6 milhões de vítimas dos deslocamentos forçados. O novo relatório foi divulgado hoje (19), véspera do Dia Mundial do Refugiado.

Segundo a Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados, de julho de 1951, o refúgio pode ser solicitado por indivíduos que, temendo ser perseguidos por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, deixam os países onde nasceram ou viviam para viver em outra nação e que receiam regressar.

Em 2018, o número de refugiados chegou a 25,9 milhões de pessoas em todo o mundo. Foram 500 mil pessoas a mais que o estimado em 2017 e cerca de 3,4 milhões além do calculado em 2016, quando o Acnur indicou a existência de 22,5 milhões de refugiados. Além disso, em 2018, metade dos refugiados era criança, muitas delas inclusive viajando separadas de suas famílias ou desacompanhadas. Só em Uganda, a agência da ONU afirma ter recebido informações da existência de 2,8 mil crianças refugiadas que, com 5 anos de idade ou menos, foram separadas das famílias. 

Os dados do ano passado apontam também que mais de dois terços dos 25,9 milhões de refugiados globais provêm de cinco países: Síria (6,7 milhões), Afeganistão (2,7 milhões), Sudão do Sul (2,3 milhões), Myanmar (1,1 milhão) e Somália (900 mil). Do total, apenas 16% foram acolhidos em países desenvolvidos, enquanto os países menos desenvolvidos receberam ao menos um terço dos refugiados. Em média, quatro em cada cinco refugiados viviam em países vizinhos aos seus.

Outras 41,3 milhões de pessoas tiveram que se deslocar dentro de seus próprios países. Além destes dois grupos (refugiados e deslocados internos), o Acnur contabiliza o total de pessoas que solicitaram refúgio após deixar seus países de origem, passando a receber proteção internacional enquanto esperam que seus pedidos sejam analisados e respondidos. Até o final de 2018, havia 3,5 milhões de solicitantes de refúgio espalhados por diversas nações.

O Acnur afirma que, em 20 anos, o total de deslocados em todo o mundo dobrou e já corresponde à população de países como Tailândia e Turquia – o equivalente a cerca de um terço da população total do Brasil. E, ainda assim, é uma “estimativa conservadora”, já que reflete apenas parcialmente a crise na Venezuela, onde cerca de 4 milhões de cidadãos já deixaram o país desde 2015, transformando a situação venezuelana em uma das “maiores crises de deslocamento forçados no mundo”. Em breve, o documento deverá estar disponível, na íntegra, na página do Acnur.

Brasil

Segundo dados do Ministério da Justiça, o país recebeu, em 2017, 33.866 pedidos de refúgio, sendo 17.865 de cidadãos venezuelanos e 2.373 de cubanos. Em seguida vieram os haitianos (2.362), angolanos (2.036), chineses (1.462), senegaleses (1.221), sírios (823), nigerianos (549) e outras nacionalidades. O total registrado em 2017 superou em mais de três vezes o de 2016, quando foram apresentadas 10.308 solicitações de reconhecimento da condição de refugiados. Entre 2011 e dezembro de 2017, o Brasil recebeu 126.102 pedidos. Os dados de 2018 devem ser divulgados em breve. (Fonte: Agência Brasil)

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Epidemia de ebola já matou 2.803 pessoas em três países africanos

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Dados divulgados hoje (22) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o vírus ebola já matou 2.803 pessoas na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa, países que enfrentam uma epidemia sem precedentes da doença. Nos três países, situados na África Ocidental, já foram afetadas pela doença 5.843 pessoas.

A Libéria, onde morreram 1.578 pessoas, concentra mais mortes do que os outros dois países juntos.

Enquanto isso, a Nigéria e o Senegal tiveram casos importados da Libéria, da Guiné e de Serra Leoa. Na Nigéria, foram registrados 20 casos e oito mortes. O Senegal teve um único registro do ebola, seguido de morte.

Na República do Congo, onde os casos de ebola são desconectados dos de outros países, houve 68 registros da doença, com 41 mortes, incluindo oito profissionais de saúde que trabalhavam no combate à doença. (Agência Brasil)

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Conselho de Segurança da ONU condena decapitação de refém britânico

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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou, nesse domingo (14), a decapitação do britânico David Haines, pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), classificando-a como um assassinato covarde e odioso. “Esse crime é um chamado de atenção, trágico, para os perigos crescentes que os trabalhadores humanitários enfrentam a cada dia na Síria”, diz comunicado do conselho, assinado por seus 15 membros.

A nota, que pede respeito aos trabalhadores humanitários como David Haines, “destaca, uma vez mais, que o Estado Islâmico deve ser vencido e que a intolerância, a violência e o ódio que professa devem ser erradicados”.

Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU consideram que “esses atos bárbaros não farão mais do que reforçar a determinação” de mobilizar os seus governos para lutar contra o Estado Islâmico, o Front Al Nosra e outros grupos extremistas jihadistas.

O conselho exige “a libertação imediata, sem a exigência de condições, de todos os que continuam reféns” do Estado Islâmico, do Front Al Nosra e de todos os grupos ligados à organização terrorista Al Qaeda.

O comunicado pede a todos os países a cooperação ativa com o Reino Unido para levar à Justiça os responsáveis pela morte de David Haines, cujo vídeo da decapitação foi divulgado no sábado (13).

O britânico, de 44 anos, foi raptado em março do ano passado, na Síria, onde trabalhava em um campo de refugiados.

O Conselho de Segurança reúne, entre outros países, os Estados Unidos, que lideram a coligação internacional militar para derrotar o Estado Islâmico, que controla vastos territórios na Síria e no Iraque.

A China, França, Federação Russa, o Reino Unido (membros permanentes ao lado dos Estados Unidos), Chade, a Argentina, Austrália, o Chile, a Jordânia, Lituânia, Luxemburgo, a Nigéria, Ruanda e a Coreia do Sul (membros não permanentes) fazem parte atualmente do Conselho de Segurança. A França, o Reino Unido e a Austrália aderiram à coligação internacional contra o Estado Islâmico. (Da Agência Lusa/Agência Brasil)

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Desaparecimento do avião da Malaysia Airlines completa hoje seis meses

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Seis meses depois do desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, o paradeiro do avião continua sem pistas, apesar de as investigações indicarem que a aeronave caiu nas águas ao Sul do Oceano Índico. Parentes das vítimas chinesas do voo MH370 reuniram-se hoje (8), partilhando sentimentos de tristeza e revolta. Durante cerimônia de oração em Pequim, 30 parentes denunciaram o que consideram ser a indiferença das autoridades chinesas. Dos 239 passageiros e membros da tripulação do Boeing da Malaysia Airlines, 153 eram chineses.

O avião desaparecido decolou de Kuala Lumpur, na Malásia, na madrugada de 8 de março, com 239 pessoas a bordo e estava previsto para chegar a Pequim seis horas depois, mas sumiu subitamente dos radares cerca de 40 minutos depois da partida.

Diversos países empregaram vários meios aéreos e navais em ações de busca no Oceano Índico, mas sem quaisquer resultados. As autoridades australianas, que coordenam a operação de busca, indicaram que dentro de duas semanas vai começar uma nova fase de buscas, com rastreio submarino em uma área que abrange cerca de 60 mil quilômetros quadrados, após o mapeamento de parte do fundo oceânico.

(Da Agência Lusa/Agência Brasil) (Foto: Divulgação)

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