Política

Reserva de vagas para mulheres não traz resultado nas urnas, dizem especialistas

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BRASÍLIA – Quase 20 anos depois de os partidos políticos serem obrigados a criar uma cota mínima de 30% de candidaturas femininas, defensores da medida ainda lamentam que ela não tenha trazido resultados nas urnas. Atualmente, as mulheres ocupam menos de 10% dos assentos no parlamento brasileiro. Entretanto, 52,1% do eleitorado do país (74,4 milhões) é composto pelo sexo feminino, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para especialistas, a subrepresentação feminina no cenário político está ligada a barreiras impostas dentro dos partidos e não a uma descrença do eleitorado na capacidade da mulher.

O demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ENCE/IBGE) José Eustáquio Diniz Alves diz que o eleitorado vê com bons olhos a mulher na política. “As eleições de 2010 foram a prova de que o eleitorado não discrimina o sexo feminino, pois as duas mulheres [Dilma Rousseff e Marina Silva], entre nove candidatos, tiveram dois terços (67%) dos votos no primeiro turno. E uma mulher foi eleita presidenta da Republica, com mais de 54% dos votos”, analisou, acrescentando que não considera o Brasil um país de forte tradição patriarcal e machista.

O demógrafo ainda lembrou que países com tradição democrática consolidada há mais tempo, como os Estados Unidos e a França, nunca tiveram mulheres na Presidência. O problema, segundo ele, está “fundamentalmente” no Legislativo. “Por uma prática misógina dos partidos políticos que são dominados pelos homens e não querem abrir mão do poder. Ou seja, a discriminação de gênero não está no eleitorado, mas principalmente nos partidos políticos”, destacou.

Assim como Alves, outros estudiosos do processo eleitoral apontam que o maior desafio das mulheres é romper as barreiras impostas por restrições dentro das legendas como, por exemplo, tentar o equilíbrio nos investimentos destinados às campanhas. Inicialmente, a legislação eleitoral brasileira exigia apenas que os partidos reservassem uma porcentagem de vagas às candidatas. Há alguns anos, o preenchimento dos 30% se tornou obrigatório, mas, levantamentos feitos por organizações como o Centro Feminista de Estudo e Assessoria (Cfemea) mostram que nas urnas essa reserva desaparece.

“A eleição anterior foi a que disparadamente teve um maior número de candidatas e o resultado do processo, depois de 15 anos de política de cotas, foi zero. Tivemos exatamente a mesma proporção de mulheres eleitas que experimentamos nas eleições anteriores a 2010. Como pode aumentar o número de candidatas e o número de eleitas não aumentar? Isso demonstra a falta de investimentos”, avaliou a socióloga Guacira César Oliveira, diretora do colegiado do Cfemea. (Fonte: Agência Brasil/Foto:arquivo)

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Encontro do Solidariedade vai apresentar pré-candidaturas às prefeituras nas principais cidades do Paraná

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No próximo sábado, dia 25 de novembro, o Solidariedade promoverá em Curitiba, um grande Encontro Estadual, que reunirá membros de diretórios municipais do partido. O evento pretende ser um espaço de troca de experiências e discussão estratégica para fortalecer o partido no Estado do Paraná.

“Temos um partido que vem se fortalecendo em todo o Estado com a efetivação de um projeto de apresentação de políticas públicas que traz resultado prático e a orientação da Executiva Nacional é de que tenhamos candidatos a prefeito e prefeita no maior número de cidades possíveis exatamente para representar essa vertente”, destacou o presidente Estadual do Solidariedade, Luizão Goulart.

O encontro terá como foco central a organização partidária, estratégias de comunicação e atualizações jurídicas, temas essenciais para orientar a atuação do Solidariedade no cenário político paranaense, bem como a filiação de novas lideranças à legenda.

Além de ser um espaço para a troca de experiências e discussões estratégicas, o Encontro Estadual terá ênfase especial nas pré-candidaturas para as próximas eleições municipais, como a de Luizão Goulart a prefeito de Curitiba, representando o compromisso com o Paraná.

O encontro é uma oportunidade para discussões ativas sobre a construção de estratégias políticas que impactarão diretamente no futuro do Paraná. A participação é aberta a todos que compartilham dos valores do partido e desejam contribuir para um estado mais justo e próspero.

Programação:

Detalhes do Evento:

Data: 25 de novembro (sábado)

Horário: Das 8h30 às 11h30

Local: Mabu Curitiba Business, Rua XV de Novembro, 830 – Centro, Curitiba.

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Política

Marli Paulino oficializa pré-candidatura à deputada estadual

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Em convenção realizada em Curitiba na noite de sexta-feira (29), o diretório regional do Solidariedade homologou as candidaturas aos cargos de deputado estadual e federal pelo Paraná. Oportunidade em que Marli Paulino oficializou a sua pré-candidatura.

O evento foi presidido pelo deputado federal e pré-candidato à reeleição, Luizão Goulart. Contou ainda com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, o qual também terá o apoio para sua reeleição, além de outras lideranças partidárias e representantes de diferentes municípios.

Em sua fala, Marli destacou a sua trajetória política até aqui e o desejo de levar sua experiência para representar, além de Pinhais, outros municípios. “Fui a primeira vereadora, a primeira vice-prefeita e a primeira prefeita. São anos na vida pública. Entendi que o cuidado com as pessoas muda o mundo e o peso da participação da mulher na política. O grupo me procurou para ser candidata e levar a experiência de sucesso que tivemos em Pinhais para todo o Paraná. Assim, poderei ser a primeira mulher deputada desta cidade. Por isso, aceitar este desafio é entender a minha missão de abrir portas”, afirmou Marli.

Quem é Marli Paulino

Mãe de dois filhos e avó de um casal de netos, Marli Paulino nasceu em Goioerê, interior do Paraná, e se tornou empresária na cidade de Pinhais. Com formação em Gestão Pública e Gerência de Cidades, Marli foi a primeira vereadora mulher eleita em Pinhais, em 1996. Ela exerceu, ao todo, três mandatos como vereadora e depois assumiu como vice-prefeita de Luizão Goulart. Juntos, comandaram a cidade por dois mandatos, garantindo a reeleição, em 2012, com a maior votação do país, 93,7% dos votos.

Com a transformação que fizeram em Pinhais, a administração de Marli e Luizão foi considerada a mais bem avaliada do país, com 94% de aprovação. Em 2014, como candidata a deputada estadual, Marli Paulino foi suplente com mais de 34 mil votos. Em 2016, Marli foi eleita prefeita ao lado da vice Rosa Maria – com 82% dos votos e, novamente, entrou para história como a primeira prefeita mulher em Pinhais. (Assessoria)

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Política

Projeto de Luizão prevê convocação temporária de aposentados do SUS durante pandemia

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 Pelo texto, seriam recrutados apenas profissionais de saúde já vacinados contra a Covid-19

Um Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados prevê, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a convocação em caráter temporário de profissionais de saúde aposentados para o combate à pandemia causada pelo novo coronavírus. Apenas os profissionais vacinados poderão ser convocados. O texto abre a possibilidade de que voluntários se apresentem para essas atividades.

“É hora de o legislador se mobilizar para que a convocação de aposentados se dê no âmbito do SUS”, disse o autor da proposta, deputado Luizão Goulart (Republicanos-PR). O texto em análise na Câmara dos Deputados altera a Lei 13.979/20, que trata de medidas emergenciais na pandemia de Covid-19.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Foto: Agência Câmara de Notícias)

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