Com belas paisagens naturais, Piraquara, com seus mananciais, é área de proteção ambiental é responsável por cinquenta por cento do abastecimento de água da Grande Curitiba. Nesta edição, o Jornal Face da Notícia trás uma entrevista especial com o prefeito desse importante município da RMC. (Região Metropolitana de Curitiba). O prefeito Marcus Maurício de Souza Tesserolli (Professor Marquinhos) é Natural de Piraquara. Engenheiro Civil, pós graduado em gestão pública, professor da rede estadual há mais de 28 anos, funcionário público municipal há 20 anos. Ingressou na política em 2008, quando foi eleito vereador. Em 2012, foi eleito prefeito com mais de 50% dos votos válidos. O prefeito Marquinhos é casado e tem uma filha. Ele faz uma avaliação da atual situação do município, fala sobre obras, educação, saúde, turismo, emprego, entre outros assuntos que você acompanha na íntegra.
Face – Como o senhor avalia o município de Piraquara atualmente?
Marquinhos – Piraquara é uma cidade com mais de 100 mil habitantes e com muitas dificuldades, um município da RMC. Eu sempre comento que a grande Curitiba é muito cruel com as cidades da RM, eu cito como exemplo: o Aeroporto Internacional de São José dos Pinhais é o Aeroporto Internacional de Curitiba; o Autódromo Internacional de Pinhais é o Autódromo Internacional de Curitiba; a Expotrade, é de Curitiba; mas, a Penitenciária é de Piraquara. Isso ilustra bem a forma de que para Curitiba, o que é bom é nosso, o que não é bom, joga pra lá. Mas agora que estamos participando mais efetivamente da Assomec (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba) e, com a participação do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, com o Neco Prado, que é o Secretário dos Assuntos Metropolitanos e com o prefeito de Pinhais, Luizão, estamos procurando mudar essa realidade, que Curitiba olhe com carinho para as cidades iguais a Piraquara. Estamos tentando fazer uma revolução, porque as pessoas nos cobram: por que as coisas acontecem em Quatro Barras, em Pinhais e em São José dos Pinhais, (que são as cidades mais próximas a nós), e em Piraquara as coisas não acontecem. Aqui não podemos ter indústrias, não podemos gerar empregos. Não adianta tentar trazer indústrias pra cá se não vou conseguir, tenho que achar a vocação do município. Piraquara é uma cidade que cresceu em cima de um preconceito muito grande por ter o Complexo Prisional e um Hospital de Hanseníase, mas é uma cidade linda com um povo maravilho. Então, queremos transformar Piraquara e deixar esse complexo de coitadinha. Piraquara é uma cidade que tem muitos problemas, nós fazemos parte do G100 (100 Municípios do Brasil que tem população acima de 80 mil habitantes com índice de desenvolvimento sócio econômico muito baixo). Infelizmente Piraquara faz parte do G100 e como vamos fazer para mudar isso? Trabalhando com dedicação, buscando, trazendo para a cidade o resgate, o orgulho do piraquarense de dizer, eu moro em Piraquara.
Face – E qual seria a vocação de Piraquara?
Marquinhos – A vocação de Piraquara está ligada a área de turismo, já que o Município conta com inúmeras belezas naturais e um povo acolhedor.
Face – E o que está sendo feito para melhorar esta área e atrair mais turistas?
Marquinhos – Temos um projeto que estamos buscando uma parceria junto ao Sebrae que ainda estamos guardando a sete chaves porque existe um momento certo para lançar. Mas é justamente isso, essas belezas naturais, esse povo maravilhoso e acolhedor que tem em Piraquara, e assim trazer as pessoas da Grande Curitiba, ai sim, não usando contra a gente, mas a favor da gente, para que eles venham visitar e vejam que é uma cidade linda, maravilhosa, com povo acolhedor. Mas temos um projeto junto ao SEBRAE para o desenvolvimento do turismo. Percebemos que aos sábados e domingos as pessoas vão até Morretes e esperam de três a quatro horas para almoçar. Então, porque não vir a Piraquara? Temos que desenvolver isso junto com o povo piraquarense. Hoje não temos aqui um número de restaurantes satisfatórios, iremos trazer cursos de gastronomia, curso de jardinagem, em fim, temos que interagir junto com toda a sociedade. Não é fácil, as coisas não acontecem de uma hora pra outra, mas estamos trabalhando firmes nesse propósito e na entrada do nosso terceiro ano de mandato já teremos o projeto bem encaminhado.
Face – O que é mais importante para o senhor na administração pública?
Marquinhos – A administração pública está aqui para servir o Município, atender as pessoas. Temos olhado com carinho para o cidadão piraquarense, é pra ele que a gente está aqui.
Face – Quais são as prioridades para o município atualmente?
Marquinhos – Quando assumimos a prefeitura percebemos que já tínhamos algumas secretarias bem estruturadas, é o caso da Secretaria de Educação, por exemplo. A educação sempre é prioridade, porque sempre podemos fazer mais, sentimos que a nível de País podemos melhorar. A educação no nosso município já estava bem encaminhada, então, não quisemos fazer aquela coisa de “terra arrasada”, tudo aquilo que nosso antecessor fez, é ruim e não vamos continuar assim, temos que valorizar as coisas boas que foram feitas e dar continuidade, melhorar, é isso que fizemos, hoje estamos investindo aproximadamente 30% na educação. A saúde também é prioridade, estamos melhorando os investimentos na saúde que está próximo a 25%. Acho que o nosso grande mérito nesse primeiro ano de mandato foi recuperar a malha viária, as ruas da cidade que estavam em uma situação ruim e a valorização do funcionário público municipal.
Face – Quais são as principais obras realizadas no Município nos últimos 18 meses?
Marquinhos – Estamos com várias obras em andamento, a construção de três escolas, seis creches, três unidades de saúde, algumas quase prontas e outras estamos iniciando as obras de terraplanagem. Temos liberados cinco quilômetros de pavimentação que já estão em obras, e outros cinco quilômetros já liberados que serão licitados. Queremos terminar 2014 tendo licitados e prontos para executar aproximadamente 18 quilômetros de asfalto. É um Programa de Pavimentação que estamos buscando recursos na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e no Ministério das Cidades. O Município de Piraquara é muito grato ao governo do Paraná e ao governo Federal, eles tem sido parceiros importantes para nós.
Face – Nos próximos meses de administração do prefeito Marquinhos, o que a população de Piraquara pode esperar?
Marquinhos – Eu penso grande, sabemos que nem tudo depende de nós. Eu acredito muito em Deus, acredito no potencial da minha cidade e acho que podemos fazer uma transformação. Ao término do meu primeiro mandato, de quatro anos, a gente não sabe se vai continuar na política, ou não, até porque não sou político de carreira, sou um cidadão que resolveu se candidatar num determinado momento, primeiro para vereador e em seguida para prefeito. Não sei até quando vou continuar na política, mas quero dizer aos cidadãos de Piraquara que no término desse mandato quero mostrar em números, como professor de matemática e engenheiro que sou, que nós podemos fazer sim e que estamos fazendo muito mais do que foi feito nos períodos iguais a que nos antecederam. Uma vez me perguntaram: qual é o legado que podemos deixar? Puxa, acho que o legado que podemos deixar é que a política pode sim ter gente séria, comprometida, dedicada e que pense 24 horas por dia na cidade da gente.
Face – Falando em política, estamos no período eleitoral, o que o senhor, e Piraquara podem esperar dos reeleitos e dos eleitos que irão assumir a partir de primeiro de janeiro?
Marquinhos – Independente das questões políticas partidárias que aqueles governantes que vão se reeleger, que continuem olhando com carinho, vendo Piraquara como uma parceira boa. Aqueles que vão se eleger que independente do posicionamento político partidário do prefeito de Piraquara, porque eu tenho meu posicionamento político partidário sim, que eles olhem com carinho, que vejam que a cidade tem um potencial muito grande, que levem em consideração aquilo que o Município pode crescer, que a gente tenha bons parceiros para construir uma cidade cada vez melhor, mas começando de dentro da cidade pra fora. O cidadão de piraquara tem que ajudar a construir uma cidade melhor para que possamos ter o apoio das pessoas que estão fora.
Por Jane Rita Lentch/Face da Notícia