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Com fim da vacinação, indústrias de carne planejam investimentos bilionários no Paraná

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O novo status sanitário alcançado pelo Paraná nesta quinta-feira (27), de área livre de febre aftosa sem vacinação, vai representar um salto ainda maior na cadeia de carne do Estado, o principal produtor de proteína animal do País. De olho na abertura de mercados que deve vir na esteira da chancela da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), frigoríficos instalados no Paraná começam, desde já, a tirar investimentos bilionários do papel.

Com impacto maior nas indústrias bovina e suína, cujos rebanhos são diretamente prejudicados pela marca da doença, a erradicação da aftosa também deve influenciar o setor leiteiro, a piscicultura e a avicultura paranaense, que hoje é responsável por um terço da produção e 40,9% da exportação brasileira. Cadeias como a de suínos, por exemplo, visualizam até dobrar a exportação nos próximos anos, tomando, finalmente, a liderança da produção nacional.

Somadas, as carnes de frango, porco e boi do Paraná totalizaram quase 6 milhões de toneladas em 2020, representando 22,3% da produção nacional. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, mesmo com essa escala, 65% do mercado internacional ainda não compra as carnes suína e bovina paranaense por causa do status sanitário vigente até então. Esse cálculo inclui aqueles países que pagam melhor pelo produto, como Japão, Coreia do Sul, Chile, México e membros da União Europeia.

“Quando o Estado consegue conter uma doença como a aftosa, que é altamente transmissível e requer um aparato de prontidão para dar uma resposta instantânea, ele mostra aos importadores que tem um sistema de vigilância e controle sanitários de qualidade, com capacidade para combater outras enfermidades que são mais difíceis de detectar ou que, diferente da aftosa, podem ser transmitidas aos humanos”, explica o economista Gustavo Fanaya, coordenador técnico do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne).

Segundo Fanaya, ainda que a entidade não tenha um levantamento atualizado, todas as empresas do setor se encontram em processo de expansão – o Sindicarne representa as indústrias de carne bovina e suína. “São projetos em diferentes níveis e fases, mas que vão aumentar a capacidade produtiva para acessar ou ampliar o acesso ao mercado externo. O novo status vai, certamente, alavancar ainda mais essa tendência”, avalia.

EXEMPLO – Um exemplo emblemático nesse processo é a Frimesa, que está construindo em Assis Chateaubriand, no Oeste do Estado, aquele que será o maior frigorífico de suínos da América Latina. A primeira fase da obra deve ser concluída em 2022, com a capacidade inicial de abate de 7.500 suínos por dia e investimentos de R$ 840 milhões.

Com a finalização do projeto, a previsão é dobrar a produção na unidade até 2030, fechando um investimento total de R$ 1,2 bilhão e o abate de até 15 mil cabeças por dia. A previsão é de gerar 3,5 mil empregos diretos na primeira fase de implantação e 8,5 mil quando a planta estiver em pleno funcionamento.

“A Frimesa já planejava ampliar a produção suína, mas o investimento dessa envergadura só está sendo tirado do papel porque sabíamos que o Paraná estava se estruturando para se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação”, afirma Elias Zydek, diretor-executivo da cooperativa. “Um empreendimento como esse gera muito impacto. Calcula-se que a cada vaga de trabalho direta na suinocultura impacta em outras quatro, porque inclui os produtores associados, fornecedores, transportadoras, entre outros”.

Para ele, a conquista do novo status sanitário é resultado de esforços conjuntos do Governo do Estado e do setor produtivo paranaense, que se organizaram, investiram nas divisas sanitárias e promoveram campanhas e audiências públicas com os produtores. “O Paraná terá agora uma grande oportunidade de ampliar o mercado de carne. Estamos muito otimistas, essa é a conquista da década”, salienta Zydek, que também ocupa a vice-presidência do Sindicarne.

O Paraná tem condições de ultrapassar Santa Catarina, atualmente o principal produtor de carne de porco do País, em até três anos. “O Estado reúne as melhores condições, tem área disponível, espaço para expansão, tecnologia e é um dos maiores produtores de grãos do País, usado na alimentação dos suínos. Santa Catarina já está no limite, não tem mais espaço físico, mas mantinha a vantagem competitiva de contar com o mercado aberto para carne”, completa.

AVICULTURA – Mesmo que já mantenha um bom mercado e a liderança disparada na exportação de carne de frango, e não seja impactada diretamente pela vacinação contra a aftosa, a avicultura paranaense também é beneficiada com o reforço no sistema de sanidade animal. Para Irineo da Costa Rodrigues, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o Estado tem condições de disputar internacionalmente esse mercado.

“O Paraná exporta carne de frango para cerca de 170 países, mas vários deles estão se organizando para uma produção própria, tanto para abastecer o mercado interno como para competir com fortes produtores como o Brasil”, explica. “Com a chancela da OIE, o Paraná ganha credibilidade e mostra que está fazendo a lição de casa para resolver pendências na área de sanidade animal e melhorar a sua produção. É uma questão que precisa ser levada a sério tanto pelo setor público como pelo privado se quisermos ser competitivos internacionalmente”.

Segundo ele, as empresas do setor estão buscando incrementar a produção e aumentar ao máximo a estrutura operacional. Irineo cita o exemplo da Lar, cooperativa da qual é diretor-presidente. “A Lar tinha apenas uma planta de abate de frango há cerca de dois anos, e hoje está operando quatro unidades em cidades diferentes. O abate no período passou de 340 mil para 920 mil aves por dia”, afirma. Há no horizonte R$ 2,4 bilhões de investimentos planejados.

“O frango é uma cadeia bastante complexa, que exige uma estrutura robusta para garantir a sanidade e a produtividade. Isso vem desde a nutrição até o zelo total nas granjas, frigoríficos e no transporte para a comercialização”, explica. “Assim como o fim da vacinação contra aftosa, Paraná e Brasil também podem avançar para conter a salmonela. O controle pode ser difícil, mas não é impossível e vai representar muito para a abertura de mercados e para manter a competitividade da carne de frango”.

PROCESSAMENTO – Além do abate e da venda de carne in natura, o processamento das proteínas animais também ganha cada vez mais força no Estado. Há duas semanas, a JBS anunciou a ampliação de sua planta em Rolândia, no Norte do Paraná. O investimento de R$ 1,85 bilhão será usado para a construção da maior fábrica de empanados e salsichas do mundo e a expansão da atual unidade de aves.

Com previsão de produzir até mil toneladas de alimentos preparados por dia a partir do quarto trimestre de 2022, há expectativa de criar cerca de 2,6 mil novos empregos diretos. Presente em 14 municípios, incluindo unidades de produção, centros de distribuição, incubatórios e fábricas de ração, a companhia planeja mais investimentos no Estado para os próximos anos. No Paraná, a JBS emprega 14,2 mil pessoas, além de gerar outros 42 mil empregos indiretos e contar com mais de 2 mil produtores integrados.

Darlan José Carvalho, diretor de Negócios da JBS no Paraná, ressalta que o Estado é prioridade na expansão dos negócios da empresa. “Decidimos colocar um investimento importante no Paraná porque é um estado que tem em seu DNA a produção de frango, com produtores bastante competitivos e que conhecem a atividade”, afirma. “O Estado tem uma infraestrutura logística muito boa e agora as conquistas na sanidade animal, que é um item importante para acessar mercados internacionais”.

Na industrialização, há perspectivas de novos investimentos também por parte da BRF, Coopavel, Copacol, Frísia, Castrolanda, C.Vale e diversas outras cooperativas e empresas, montante que ultrapassa R$ 2 bilhões apenas neste ano, no cálculo da Ocepar.

Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o principal recado que o Paraná passa é mostrar ao mundo uma estrutura produtiva mais desenvolvida e sadia, com um serviço de inspeção sanitária de qualidade. “Tudo isso vai refletir em novos negócios e na geração de empregos, que foi o motivo para lutarmos por essa chancela. O aumento na produção, com a expansão de novas plantas e abertura de mais turnos, significa mais gente trabalhando”, afirma.

(Foto: José Fernando Oura/AEN)

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Astro do heavy metal é recebido pelo prefeito de Curitiba em um dos principais projetos de esgrima do país

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O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, recebeu nesta terça-feira (23/4) no Centro de Esporte e Lazer Afonso Botelho um dos maiores vocalistas do heavy metal de todos os tempos: Bruce Dickinson. Ele retorna a Curitiba em sua turnê “The Mandrake Project Tour” que percorrerá sete cidades brasileiras.

Dickinson, que também é esgrimista de ponta, foi conhecer um dos principais projetos de esgrima realizados no país, em uma parceria da Secretaria Municipal de Esporte Lazer e Juventude com o Instituto Mais Esporte.

“É uma alegria para Curitiba poder receber um artista da envergadura de Bruce Dickinson aqui em nosso Centro de Esporte e Lazer Afonso Botelho. Assim como Bruce, que já foi até convocado para representar a Grã-Bretanha no esporte, esperamos que nossos curitibinhas que estão começando na esgrima cheguem lá”, afirmou o prefeito Rafael Greca.

Durante a visita o vocalista do Iron Maiden também jogou um combate de esgrima com o atleta curitibano e da seleção brasileira, Alexandre Camargo.

“Para nós da esgrima é muito importante ter o Bruce aqui. Essa visibilidade atrai muitas pessoas, muita gente pra saber esgrima, tem a criançada que gosta, o pessoal mais velho também que acompanha o Bruce, isso acaba promovendo muito o esporte. A esgrima ainda não é um esporte muito conhecido no Brasil e são nesses momentos que a gente aproveita para ganhar mais fãs”, disse Camargo.

Centro de Esporte e Lazer Afonso Botelho

Na capital nacional do esporte, o Centro de Esporte e Lazer Afonso Botelho, no Água Verde, é casa de um dos principais projetos de esgrima realizados no país, em uma parceria da Secretaria Municipal de Esporte Lazer e Juventude com o Instituto Mais Esporte.

Este foi o primeiro Centro de Esporte e Lazer curitibano a incorporar o esporte, em 2018. O espaço conta com uma sala criada para a prática da esgrima com arma branca, máscara e roupa adequadas disponibilizadas gratuitamente, e atletas que se destacam em habilidade e força de vontade.

Segundo Giocondo Cabral, técnico e vice-presidente da Federação Paranaense de Esgrima, Curitiba em breve vai se tornar um celeiro de atletas do esporte.

“Eu acredito que seja um caminho para nós termos futuros campeões, ou pelo menos desenvolver bastante a prática. Nós saímos na frente! Porque os outros têm vários tipos de projetos, né? Em escolas, clubes e Curitiba também tem. Nas praças, só a capital do esporte proporciona, e isso faz a diferença”, afirmou o treinador.

Podem se inscrever alunos a partir de 7 anos, sem limite de idade. Além do Afonso Botelho, Curitiba oferece aulas de esgrima em mais quatro regionais de forma totalmente gratuita: Cajuru, Cidade Industrial, Santa Felicidade e Portão, todas com técnica da espada. Mas no Portão, das nove turmas, sete utilizam o sabre e duas a espada. Para se inscrever basta entrar no Portal Curitiba em Movimento. 


Prefeito Rafael Greca, recebe o vocalista Bruce Dickinson, da banda Iron Maiden, Foto: Pedro Ribas/SMCS

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Agências do Trabalhador têm 17,4 mil vagas em todas as regiões do Paraná

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As Agências do Trabalhador e postos avançados do Paraná começam a semana pós-Tiradentes com a oferta de 17.425 vagas de emprego com carteira assinada. A maior parte é para alimentador de linha de produção, com 4.207 oportunidades. Na sequência, aparecem as de abatedor de porco, com 655 vagas, vendedor de comércio varejista, com 609, e repositor de mercadorias, com 593.

A Grande Curitiba concentra o maior volume de postos de trabalho disponíveis (4.551). São 370 vagas para alimentador de linha de produção, 302 para operador de telemarketing ativo, 300 para operador de telemarketing receptivo e 293 para vendedor de comércio varejista.

Agência do Trabalhador Central, na Capital, oferta 100 vagas para profissionais com ensino superior e técnico em diversas áreas, com destaque para as funções de operador bilíngue, com 30 vagas, soldador (com curso técnico na área), com 20, agente administrativo (com curso técnico em administração), com 10. Há ainda ofertas para personal training, desenhista técnico, supervisor de almoxarifado, nutricionista, professor de jardim de infância e confeiteiro.

A Região de Cascavel concentra 4.461 nesta semana. São 1.147 oportunidades para alimentador de linha de produção, 446 para abatedor, 165 para magarefe e 153 para servente de obras.

Londrina (1.695), Campo Mourão (1.613), Foz do Iguaçu (1.365) e Pato Branco (1.181) têm mais de mil ofertas cada. Em Londrina, as funções que lideram as ofertas de vagas são alimentador de linha de produção, com 445 vagas, trabalhador da cultura de cana de açúcar, com 100, motorista de caminhão, com 60, e operador de caixa, com 63 oportunidades.

Em Campo Mourão, os destaques são para alimentador de linha de produção (613), trabalhador da manutenção de edificações (123), abatedor (108) e magarefe (82). Na região de Foz do Iguaçu, há oferta de emprego para as funções de alimentador de linha de produção, com 497 oportunidades, repositor de mercadorias, com 91, operador de caixa, com 74, e servente de obras, com 58.

Em Pato Branco, são ofertadas 361 vagas para alimentador de linha de produção, 60 para trabalhador da avicultura de corte, 57 para operador de caixa e 47 para servente de obras.

Em Ponta Grossa, com 92 vagas, os destaques são as buscas por montador de equipamentos elétricos (30) e armador de estrutura de concreto (5). Em Maringá, há oferta para soldador e vendedor do comércio. Em Jacarezinho são 101 oportunidades para trabalhador volante da agricultura. (AEN/Foto: Geraldo Bubniak)

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Setor de serviços cresceu 8,5% no 1º bimestre de 2024; turismo teve alta de 2,1%

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As empresas paranaenses ligadas ao setor de prestação de serviços tiveram um crescimento de 8,5% no volume de suas atividades nos dois primeiros meses de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho do Paraná ficou bem acima da média nacional, que foi de 3,3%, e consta nos resultados da mais recente Pesquisa Mensal de Serviços ,divulgada na sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado dos últimos 12 meses analisados, o crescimento registrado para o segmento em nível estadual é de 10,9%, o maior do Sul do País. No mesmo recorte de tempo as empresas catarinenses tiveram uma variação positiva de 8,1% no volume das suas atividades, enquanto as gaúchas registraram uma alta de 3,8%. Na média nacional, houve crescimento de 2,2%.

Os dados do levantamento também apontam uma alta de 6,3% no volume de serviços no Paraná em fevereiro quando comparado ao mesmo mês de 2023. O índice é mais do que o dobro do Brasil neste comparativo, que foi de 2,5%.

Todos os segmentos analisados pelo IBGE tiveram resultado positivo no Paraná no acumulado do 1º bimestre. Os serviços prestados a família aumentaram 3,5% em relação a janeiro e fevereiro de 2023. Os serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 5,9% no mesmo período, enquanto os transportes, serviços auxiliares e correio variaram 9,4%.

As maiores altas, no entanto, aconteceram nas empresas que prestam serviços de informação e comunicação (10,6%) e outros serviços (10,8%).

TURISMO – Analisado de forma separada pelo IBGE, o setor de Turismo também dá mostras de que continua aquecido no Paraná. Entre janeiro e fevereiro, o setor teve alta de 0,5% nas atividades, em um movimento contrário ao nacional, que caiu 0,8% neste intervalo de tempo. Apenas cinco estados registraram variação mensal positiva.

No ano, as atividades turísticas acumulam 2,1% de crescimento quando comparadas ao primeiro bimestre de 2023. O resultado foi o melhor do Sul do Brasil, à frente de Santa Catarina (1,3%) e do Rio Grande do Sul (-4,8%), e sete vezes maior do que a média nacional (0,3%). O aumento também se refletiu na melhora do caixa das empresas do ramo, que viram a sua receita ser ampliada em 10% no primeiro bimestre de 2024.

ECONOMIA DINÂMICA – Os resultado do segmento de serviços e do turismo acompanham uma tendência que já havia sido comprovada pelas mais recentes pesquisas do IBGE em relação a outros setores da economia estadual. No 1º bimestre, o crescimento das indústrias instaladas no Paraná foi de 4%, enquanto o comércio acumula uma alta de 6,9% nos dois primeiros meses de 2024, demonstrando o dinamismo da economia paranaense. (AEN/Foto: Gilson Abreu)

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