O recorde na geração de empregos no Paraná em 2021 tem grande participação dos setores de serviços e comércio, apontando para a retomada econômica pós-pandemia. Juntos, eles somam 60,43% do saldo de 168,5 mil vagas formais criadas entre janeiro e setembro — o maior número desde 2004. A liderança é do setor de serviços, que concentra 66.130 postos de trabalho no período, o equivalente a 38,73% do total.
Na sequência, estão os setores da indústria, com saldo de 46.964 vagas (27,5%); comércio, com 37.070 vagas (21,7%); construção, com 16.675 vagas (9,77%) e agricultura e pecuária, com 3.911 vagas (2,29%). O levantamento é da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf) com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Especialistas dos setores em alta apontam que os números são resultado direto da movimentação econômica, alavancada pelo aumento dos índices de imunização no Estado. “O resultado positivo é decorrente do programa nacional de vacinação implementado pelos órgãos públicos”, avalia Vamberto Santana, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR).
“Há uma expectativa grande de crescimento no setor de serviços, que foi o mais prejudicado na pandemia por ter sofrido com bloqueios sucessivos, que agora estão sendo superados pela vacinação. Isso permitiu a melhoria da saúde da população e a redução do receio de sair de casa. A tendência é que as pessoas permaneçam em um clima de otimismo e superação das dificuldades, se dispondo a fazer gastos e consumir”, aponta Santana.
SERVIÇOS – A alta de novas vagas dentro do setor de serviços é impulsionada pelas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com 35.965 postos — 54,39% do total. As áreas de administração pública — defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais — estão em segundo lugar, com saldo de 15.017 vagas, representando 22,71%.
Outras áreas que integram a alta dos serviços são transporte, armazenagem e correio (7.412 vagas, 11,21%); alojamento e alimentação (4.167 vagas, 6,30%); artes, cultura, esporte e recreação (790, 1,19%) e serviços domésticos (15, 0,02%). Outras atividades de serviços ainda somam 2.764 postos (4,18%).
Novas vagas para final de ano Para o fim do ano, o assessor econômico da Fecomércio-PR estima que o cenário deve continuar positivo, já que esse é um período de tradicional aquecimento por datas como Black Friday e compras de Natal, o que gera vagas temporárias tanto nos serviços como no comércio. Esses setores devem ser influenciados por duas tendências que se consolidaram durante a pandemia: o e-commerce e a preferência por comércios menores e locais a grandes centros. “O que temos hoje, em função de um novo parâmetro que passou a vigorar, é o crescimento de atacarejos e lojas de vizinhança, que ficam mais perto da residência das pessoas e têm espaços mais simples para compras. Com custos menores, esses espaços auxiliam o consumo”, analisa.
Em contrapartida, o comércio digital também se estabilizou como um hábito do consumo brasileiro. Segundo o 44º relatório Webshoppers, realizado pela Ebit/Nielsen em parceria com o Bexs Banco e divulgado em agosto, o e-commerce no Brasil bateu recorde de vendas no primeiro semestre de 2021. O montante chegou a R$ 53,4 bilhões, valor 31% superior com relação ao mesmo período de 2020. “O grande segmento beneficiado neste momento é a área de e-commerce”, ratifica o especialista.
AQUECIMENTO INTEGRADO –O aquecimento da economia através de programas de transferência de renda também colaborou para o recorde. É o que constata Evânio Felippe, economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), apontando para uma correlação entre os setores da economia nesse cenário.
“Os que perderam renda durante a pandemia tiveram acesso a recursos disponibilizados pelos governos federal e estadual, mantendo um ritmo de consumo na economia brasileira. Isso afetou não apenas as áreas de serviços e comércio, mas a indústria foi incentivada a continuar seu ritmo de produção, contratando mais”, analisa. Felippe vê que o cenário da indústria foi dividido em dois momentos. O primeiro foi em 2020, quando o setor foi considerado uma atividade essencial e, por isso, fez com que as fábricas não parassem. “Principalmente no segundo semestre, o mercado de trabalho da indústria paranaense apresentou resultados muito positivos”, afirma. Neste período, a atividade de alimentos — pilar econômico do Estado — foi a que liderou a abertura de vagas de trabalho no setor.
Já em 2021, a empregabilidade é reflexo do movimento de recuperação da atividade econômica, em consonância com os outros setores afetados. No período, se destacam os segmentos de bens de capital, automotivo, moveleiro e madeireiro.
No entanto, o momento aponta para uma estabilização da atividade industrial, com uma desaceleração do crescimento no setor. “Há uma acomodação da atividade industrial diante de um ritmo do crescimento da atividade econômica neste momento. Até o final do ano, o maior consumo será um fator positivo na indústria e nos serviços. Por outro lado, fatores como o aumento constante dos custos de produção e a oscilação da taxa de câmbio poderão influenciar em 2022”, ressalta o economista.
CENÁRIO NACIONAL – No Brasil, o setor de serviços também lidera a criação de empregos no acumulado de janeiro a setembro: a área é responsável por 43% do saldo nacional de 2.559.594 postos. A indústria vem em segundo lugar, com 21,4% do saldo, seguida pelo comércio (17,6%), construção (10,4%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (7,6%). (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)
Obras de Construçao da Cadeia Publica de Guaira no loteamento Jardim Floresta com investimento de 16 milhoes. Exemplo da nova realidade do sistema carcerário que está sendo construída no Paraná. Acabar com o problema da superlotação em carceragens de delegacias e realocar os detentos em um espaço estruturado é uma das principais metas do Governo do Estado. 06/08/2020 – Foto: Geraldo Bubniak/AEN
A indústria paranaense cresceu 5,1% no acumulado dos últimos doze meses (comparação de outubro de 2023 a setembro de 2024 com o mesmo período anterior), de acordo com a Pesquisa Mensal da Indústria, divulgada nesta quinta-feira (07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média nacional foi de 2,6%. Esse é o sexto melhor resultado do País, atrás apenas de Rio Grande do Norte (7,7%), Ceará (7,3%), Goiás (6,8%), Santa Catarina (6%) e Pará (5,5%).
Os principais motores dessa evolução foram a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (22,8%), produtos de madeira (14,9%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (14,3%), bebidas (13,2%), móveis (10,1%), produtos de borracha e material plástico (2,9%), veículos, reboques e carrocerias (2,8%) e papel e celulose (1,8%).
No caso de bebidas, produtos de madeira, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e móveis os resultados do Paraná são os melhores do País em doze meses. Em bebidas, por exemplo, o crescimento foi 8,9 pontos percentuais acima da média nacional, de 4,3%. Na fabricação de móveis o resultado é 2,4% acima da média nacional, de 7,7%.
Outros indicadores do setor também são positivos. A indústria local evoluiu 0,9% na variação de agosto para setembro, demonstrando recuperação em relação à passagem de julho para agosto, que apontou retração. Segundo o IBGE, esse crescimento que também aconteceu em outros estados reflete um movimento compensatório em relação ao mês de julho, quando ocorreu uma queda em nível nacional. A melhora no mercado de trabalho, com desemprego em queda e aumento do poder de compra das famílias, também explica a retomada.
Na comparação com setembro do ano passado, a variação da indústria do Paraná também é positiva, alcançando 3,7%, acima da média nacional (3,4%) e nesse caso na frente de São Paulo (2,9%), Rio Grande do Sul (2,5%) e Rio de Janeiro (-4,5%).
A indústria paranaense também cresceu 3,3% no acumulado de janeiro a setembro. O índice está acima da média nacional (3,1%). No acumulado no ano, 17 dos 18 locais pesquisados registraram alta na produção. (AEN/Foto: José Fernando Ogura)
O rendimento médio dos trabalhadores paranaenses cresceu 3,26% no último trimestre do ano passado, já descontando a inflação, em comparação ao mesmo período de 2022. É a maior valorização salarial da região Sul, segundo levantamento feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa variação real, que considera o rendimento médio efetivamente recebido do trabalho principal, supera o registrado em Santa Catarina, que teve elevação de 1,36%, e do Rio Grande do Sul, com queda de -2,77% no período. O resultado do Paraná também fica acima do aumento nacional, que teve crescimento de 2,62% nos últimos três meses do ano.
Em valores monetários, o salário médio paranaense passou de R$ 3.189, no quarto trimestre 2022, para R$ 3.293 no mesmo período do ano seguinte. No Brasil, o valor médio variou de R$ 2.972 para R$ 3.050 de um período para o outro.
O levantamento do Ipardes está em consonância com o registro mais recente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O Estado também chegou, em janeiro, ao maior salário médio de admissão no Sul, com R$ 2.061,50, contra R$ 2.041,97 de Santa Catarina e R$ 1.982,61 do Rio Grande do Sul. O crescimento foi de 3,04% em relação a dezembro.
De acordo com o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, o considerável aumento da remuneração média no Paraná é reflexo do aquecimento do mercado de trabalho local. “No último ano, a taxa de desocupação no Estado caiu de 5,1% para 4,7%, mantendo-se muito abaixo do desemprego observado em nível nacional”, explica. “Somente em janeiro deste ano, foram 20,1 mil novas vagas formais no Estado, como mostra o Caged”.
SETORES – Os principais destaques na variação salarial foram registrados nas atividades do setor terciário, como em alguns ramos dos serviços, com alta de 20,48%. A área de informação, comunicação e atividades profissionais contabilizou crescimento real de 12,6% nos salários pagos no Paraná no final de 2023.
Já no que se refere às categoriais ocupacionais, os aumentos mais relevantes foram conquistados pelos profissionais da segurança, como policiais, bombeiros e membros das Forças Armadas, com aumento de 27,79%. São seguidos pelos técnicos de nível médio, cujo salário médio evoluiu 23,77% no quarto trimestre do ano passado, na comparação com o mesmo intervalo de 2022.
Os valores também variam conforme a escolaridade. Os profissionais paranaenses com o ensino médio completo alcançaram elevação salarial de 5,5%, no período superando até mesmo os ganhos conquistados pelos trabalhadores com o ensino superior completo, que passaram a receber rendimentos 3,36% maiores. (Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN)
As Agências do Trabalhador e postos avançados do Paraná começam a semana com a oferta de 19.362 vagas de emprego com carteira assinada, o maior número de oportunidades do ano, superando os 18.931 postos de trabalho oportunizados na última semana de janeiro.
A maior parte das vagas é para auxiliar de linha de produção, com 3.572 oportunidades. Na sequência, aparecem as funções de repositor de mercadorias, com 815 vagas, alimentador de linha de produção, com 517, e abatedor de porco, com 480.
A Região Metropolitana de Curitiba concentra o maior volume, com 5.484 vagas. São 815 para repositor de mercadorias, 403 para operador de telemarketing receptivo, 281 para operador de caixa e 252 para operador de telemarketing ativo.
Na Capital, a Agência do Trabalhador Central oferta 134 vagas para preenchimento imediato: vendedor interno (81), pedreiro (19), motorista de ônibus rodoviário (13), vigilante (09), zelador (08) e pizzaiolo (04).
A região de Cascavel tem 4.406 postos de trabalho abertos. Há 845 vagas para auxiliar de linha de produção, 430 para abatedor de porco, 268 para operador de processo de produção e 195 para magarefe.
Também são destaque as regiões de Londrina (2.032), Pato Branco (1.580), Foz do Iguaçu (1.369) e Campo Mourão (1.263). Em Londrina, as funções que lideram as ofertas são auxiliar de linha de produção, com 513 vagas, alimentador de linha de produção, com 180, auxiliar de produção de gorduras vegetais comestíveis, com 70, e ajudante de carga e descarga, com 64.
Em Pato Branco, há oferta de emprego para auxiliar de linha de produção, com 338 vagas, magarefe, com 131, alimentador de linha de produção, com 88, e operador de processo de produção, com 70.
Em Foz do Iguaçu, os destaques são para auxiliar de linha de produção (297), alimentador de linha de produção (110), operador de caixa (63) e repositor em supermercados (53).
Na região de Campo Mourão há 604 vagas para auxiliar de linha de produção, 166 para safrista, 124 para alimentador de linha de produção e 91 para abatedor de aves.
ATENDIMENTO – Os interessados em ocupar as vagas devem buscar orientações entrando em contato com a unidade da Agência do Trabalhador de seu município. Para evitar aglomeração, a sugestão é que o atendimento seja feito com horário marcado. (Foto: Karolina Fabris Pacheco/AEN)